Postagem para uma pessoa em especial, no entanto todos podem usufruir... trechos retirados do livro A Doutrina Secreta, volume V, de H. P. Blavatsky. É a 1ª edição - quando as editoras não se preocupavam em ocultar conhecimento e traduzir tudo erroneamente, como umas cof, Madras, cof, da vida fazem e seguiu um trajeto engraçado passando de mão em mão em minha família até chegar à mim.
"Teofania em seu significado geralmente aceito, é a "comunicação entre os Deuses (ou Deus) e os mortais iniciados que estão preparados para semelhante intercurso". Esotericamente, porém, o sentido é muito mais amplo: porque não é só a presença de um Deus, senão uma encarnação atual, ainda que temporária, uma fusão por assim dizer, da Divindade pessoal, o Eu Superior, com o homem, seu representante ou agente na terra. Em virtude de uma lei geral, o Deus Supremo, a Alma Superior (Âtma-Buddhi) do ser humano apenas envolve com sua sombra o indivíduo, com o fim de lhe proporcionar ensinamentos e revelações; ou, como diriam os católicos romanos (que dão a essa Alma Superior, impropriamente, a denominação de "Anjo da Guarda"), "está ao nosso lado e sempre nos protege". Mas no caso do mistério teofânico a Alma Superior encarna plenamente no teurgista, para fazer revelações. Quando a encarnação é temporária, naqueles misteriosos raptos ou êxtases, que Plotínio definiu como: "a liberação da mente de sua consciência finita, para fundir-se e identificar-se ao Infinito" esse estado sublime é muito breve.
*A teofania, a teopatia (ou assimilação da natureza divina) e a teopneustia (a inspiração, ou melhor, a faculdade de ouvir ensinamentos orais) nunca foram perfeitamente compreendidas.
(...)
O Deus pessoal não é a Mônada, mas o protótipo desta, aquilo que, na falta de termo mais apropriado, chamamos Kâranâtmâ manifestado, ou Alma Causal, um dos sete principais reservatórios das Mônadas humanas ou Egos.
(...)
"Os deuses existem" - diz Epicuro - "mas não são o que supõe o vulgo [as multidões]. Não é infiel nem ateu quem nega a existência dos deuses adorados pelas multidões; mas o é aquele que os imagina segundo a opinião vulgar"
(...)
Convém repetir: a palavra grega "Teofania", raramente usada, tinha para os neoplatônicos um sentido mais lato que o indicado pelos dicionários modernos. Composta de "theos", "Deus", e "phainomai", "aparecer", não significa apenas "Deus manifestando-se ao homem por uma aparição real", o que seria absurdo; mas a presença real de Deus no homem: uma encarnação divina. Quando Simão o Mago pretendia ser o "Deus Pai", queria dizer precisamente o que acabamos de explicar, isto é, que era uma divina encarnação de seu próprio Pai - quer se veja neste um Deus, um Anjo ou um Espírito; e por isso dele se dizia: "Este poder de Deus que se chama Grande", ou o poder pelo qual o Eu Divino se engasta em seu eu inferior, isto é, no homem."
Os trechos acima... não sei se deixam as coisas muito claras. Até pq o texto é bem longo... só que não estou com vontade de ficar digitando tuuudo. Resumindo: temos um Deus interior (eu poderia entrar em detalhes, mas deixa quieto, quem quiser saber mais, pesquise ou fale comigo), podemos entrar em contato e conversar com ele. Seria o nosso Eu Superior.
O livro tem muito mais, se alguém se interessar, é uma boa aquisição. ;]
LK